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domingo, 31 de janeiro de 2010

O primeiro dia de voluntariado

Nunca pensei em fazer algo assim, uma experiência totalmente diferente.
Desde já, sendo este o meu primeiro voluntariado, não sabia bem o que esperar, mas posso dizer que foi uma grande surpresa. Pensei que ia ser mais dificil, pois não sabia como é que iam reagir com a presença do grupo, mas lá conseguimos dar a volta ao assunto e a pouco e pouco ficámos mais à vontade, quer a dançar ou a cantar, e não foi tão dificil como pensámos e aparentava, e claro contando com a ajuda dos funcionários da associação que não nos deixaram sozinhos cooperando connosco.
Pela minha experiência, na primeira vez que passei por aquela porta e vi todas aquelas pessoas, que infelizmente transportavam consigo aquelas dificiências, mas que para mim são pessoas normais como todas as outras, senti-me um bocado intimidado, mas superei à medida que ia convivendo com eles naquelas poucas horas que lá estive.
Mas a maneira como fomos recebidos foi surpreendente por todos aqueles que se encontravam na associação da APADP.
Os elementos do grupo divertiram-se e brincaram, mas o mas importante foi animar o pessoal da APADP, que mostraram uma grande adesão.
Vimos que a maioria recebeu a nossa presença na associação muito bem, e estamos ansiosos para lá voltar com a alegria que demonstrámos no primeiro dia de voluntariado.

Abraços Amir :-)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

2ª sessão :)

Acho que estamos finalmente a perceber o quanto vale o sorriso de quem precisa.
Achei que iria chegar lá e que, por sofrerem todos de diferentes deficiências profundas, quase nenhum deles nos fosse reconhecer, mas enganei-me. Não há nada mais gratificante do que sentirmos que apreciaram o nosso trabalho e esforço e que anseiam por mais e foi isso que nós sentimos.
Chegámos, esperámos um pouco para entrar e depois então montámos as nossas coisas. Foi uma sessão mais calma que a primeira: começámos com música de um cantor muito pedido por eles, Tony Carreira, dançámos "kuduro", tocámos guitarra e cantámos imenso.
Já custa e deixa saudade de cada vez que temos que os deixar e ir embora. É o momento mais díficil.
Agora resta-nos esperar pela próxima sessão e preparar novas surpresas para a nossa nova segunda família. :)

beijocas, Célinha *

domingo, 24 de janeiro de 2010

a nossa primeira sessão (L)

Já concretizámos a nossa primeira sessão de voluntariado (se é que lhe podemos chamar assim) lá na associação e adivinhem... FOI UM ESPECTÁCULO.
Nós, os quatro mosqueteiros mais a Carolina (uma amiga que se juntou a nós nesta nova aventura), entrámos na associação por volta das três e meia e a D. Manuela entregou-nos de imediato os nossos cartões de identificação.
Nós colocámo-los e dirigímo-nos para a sala de actividades.
Honestamente nós fomos para lá um bocado às escuras. Tínhamos uma ideia de como puxar por eles mas nada em concreto, mas acabou tudo por correr bem graças a uma boa dose de improviso e boa vontade.
Então, as auxiliares começaram por trazer os meninos para a sala e entretanto nós ligámos a aparelhagem e o Rafael preparava a guitarra.
Nós cantámos com eles. Nós pulámos com eles. Nós dançámos e fizemos uns quantos comboios com eles. Nós abraçámo-los. Nós distribuímos beijinhos. Nós criámos laços e nós ADORÁMOS.
Acho que a ânsia já percorre a nossa pele para esta terça-feira que está a chegar :D


Por: célia e andreia

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

E como será estar ligado a este 'mundo' 24h por dia?

Foi esta a pergunta que fiz para mim ao entrar na associação pela primeira vez e à qual respondi mais tarde que certamente seria óptimo.
Os guinchos agudos que se fizeram ouvir à entrada entoaram na minha cabeça de uma forma estonteante. Fiquei assustada confesso, e a ideia de que me iria ligar a este novo mundo fazia-me temer toda esta ideia do voluntariado.
Mas lá fomos nós não é, porque quem não arrisca não petisca... e acreditem que não me arrependo em nada de ter avançado !
Os primeiros instantes de conversação com a assistente social foram estranhos, não sabíamos bem o que dizer e estávamos um bocado tímidos com aquela nova situação, mas o conhecer as pessoas que lá trabalham, o conhecer a estrutura da instituição foi o culminar de uma esperança arrebatadora.
Mas calma, eu não vou tocar mais nesse assunto, porque o Rafael já deixou claro que aquilo é um máximo em termos de condições, portanto vou antes explicar o que é sentir na pele o primeiro contacto.

Eu confesso que sou um bocado sensível e já sabia de antemão que não iria sair pela porta que entrei sem que os meus olhinhos se humedecessem. E não é que nos mostraram a sala de actividades, repleta de seres humildes, alegres e simpáticos e que 3 deles vieram de imediato ao nosso encontro para nos saudar? Juro que foi um primeiro encontro tocante. E ao virar da porta, encontramos o Tó. Foi ele que me deu a melhor saudação possível.
Chegou-se a mim e tomou-me a mão. Eu não a retirei. Ele beijou-a e abraçou-me, como se eu fosse uma pessoa que ele já conhecia desde sempre ou até alguém por quem nutria um carinho enorme. Após isto, disseram-lhe que ele já não poderia ir com as auxiliares a um local... o rosto dele esmoreceu e pôs em prática uma espécie de birra - admiro-lhe a esperteza - mas ele tem problemas de coração e não pode fazer esforços muito intensos. Para evitar a birra, a assistente social pergunta-lhe:
- ó Tó, não gostas da andreia?
Ele acena afirmamente com a cabeça. Abracei-o. O meu coração derreteu instantaneamente.
Ele teve de se retirar para a sala de actividades e nós tínhamos de prosseguir a visita guiada, mas assim que ele virou as costas, a emoção tornou-se maior que o meu metro e setenta. Tentei-me controlar, e até consegui não me desmanchar a chorar, mas achei incrível o amor que estes seres humanos partilham à primeira instância. Adorei, e saí de lá feliz como os meus companheiros, aposto, pois afinal, e como diz um anúncio na televisão, "existem histórias escritas com o coração e com a tinta da esperança"... e quase que aposto que esta será uma delas.


beijinhos, Andreia (:

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Voluntariado

Quando tivemos a ideia de trabalhar sobre Síndrome de Down na Área de Projecto, percebemos que deveríamos ter contacto directo com portadores desta deficiência se queríamos de facto entender o dia-a-dia destas pessoas. Surgiu-nos então a ideia de fazer voluntariado numa associação de apoio a estes “jovens”. Acabámos por entrar em contacto com uma associação e daí a alguns dias lá estávamos nós, a falar com a assistente social responsável por aquela associação.
Foi uma conversa produtiva em que falamos sobre os nossos planos, sobre o que estávamos à espera de encontrar, mas principalmente demonstrámos a vontade que tínhamos em fazer voluntariado. Felizmente, descobrimos uma forma de interagir com aquelas pessoas de quem a associação cuida. Através da música. Todos nós adoramos música apesar de os nossos gostos e preferências não serem iguais. Concluímos que seria uma boa ideia pegar na guitarra e levá-la para a associação, tocar e cantar algumas músicas com o pessoal, e tentar dar mais alegria e cor ao local. Achámos que seria uma boa ideia passar uma boa meia hora com aqueles jovens, ver como eles reagiam à música, tentar chegar aos seus corações através da “plataforma inquebrável” que é a música, que derrete corações, muda pessoas e dá-nos razões e motivação para viver. E é esse o nosso plano. Ainda não começámos exactamente mas planeamos fazê-lo no espaço de aproximadamente uma semana.
Em seguida, a assistente social deu-nos a conhecer as instalações e algum do pessoal. Posso-vos dizer que a instituição está muito bem equipada e o pessoal que conhecemos foi todo impecável. A associação APADP, no Cacém, é de facto fenomenal. Uma boa associação se estiverem interessados em fazer voluntariado. Não trata apenas de portadores de Síndrome de Down obviamente, mas também de outros deficientes profundos.
O momento mais “forte” do dia foi, de facto, quando fomos conhecer a sala de convívio, onde estavam alguns destes “jovens”. Vieram imediatamente ter connosco. Foi neste preciso momento em que eu percebi o que o nosso trabalho representava. Percebi que a ideia de ir fazer voluntariado com deficientes, é uma ideia que temos quando estamos confortavelmente sentados no sofá de casa, sem estarmos realmente cientes do que significa. É claro que tínhamos noção de que ia ser difícil, mas a noção real só temos quando chegamos lá e olhamos para aquelas pessoas, e para as reacções que têm e pensamos em como lidar com eles. Agora vou falar por mim e não pelos meus colegas. Podia mentir e dizer que não tive dúvidas quanto ao que estávamos prestes a fazer. Mas a verdade é que naquele momento não tive certezas de nada. Ao olhar para aquelas pessoas houve uma parte de mim que achou que aquilo tudo não era boa ideia, e que se estava a acobardar. Mas ao mesmo tempo houve uma parte muito forte de mim quis ficar.
Ao ver aquelas pessoas percebi que quase todos os problemas e futilidades que nós vivemos no nosso dia-a-dia não têm sentido. Muitas das coisas em que acreditava em relação ao mundo em que vivemos e em como encaramos a vida perderam o seu significado. Convivi com pessoas que têm grandes “problemas”, mas que vivem de certa forma felizes na sua simplicidade. Pessoas deficientes? Não sei se é esse o nome que lhes devo dar. É verdade que ser deficiente mental é algo muito complicado, mas será um infortúnio do destino ou uma bênção? Eu penso que é um pouco de ambas as coisas. Porque apesar de serem deficientes, em nenhum momento da nossa vida, nós, pessoas “normais” conseguiremos ter metade, da bondade, da simplicidade, e da humildade que aqueles seres têm.
Talvez tudo isto soe um bocado exagerado e cruel mas é nisso que eu acredito. E agarrei-me àquela parte de mim que quis ficar e ajudar aquelas pessoas e assim foi. Agora estou mais que decidido. Provavelmente vais ser difícil no início. Mas nem eu, nem os meus colegas estamos dispostos a desistir.
Quando estávamos quase a abandonar a sala, demos de cara com o “Tó”, um utente daquela instituição que tem Síndrome de Down. Apesar de não nos conhecer, eles mostrou-se afectuoso, como qualquer pessoa com aquela “característica” se apresenta. Abraçou imediatamente a nossa colega Andreia, e ficou algum tempo agarrado a ela. Quando eu lhe dei um aperto de mão ele benzeu-se. Foi uma atitude engraçada de facto e quando me lembro disso ainda solto algumas gargalhadas. Parece que o “Tó” se sentiu, digamos, intimidado pelo meu aspecto e figura. Abandonámos o local, não sem antes levarmos, cada um de nós, um forte abraço do “Tó”. Enquanto íamos para casa, a nossa cabeça trabalhava à mil a hora com ideias sobre o que fazer durante o voluntariado e sobre que músicas trazer para alegrar o pessoal, ao mesmo tempo que crescia em nós uma ânsia por começar a trabalhar a sério com aquelas pessoas que merecem uma chance de viver, e de sonhar como todos nós.
Acreditem ou não, mas os escassos minutos em que convivemos com aqueles “jovens”, alteraram a minha maneira de ver a vida e o mundo, e fizeram de mim uma pessoa melhor.

Abraços, Rafa

Breve definição de Síndrome de Down

A Síndrome de Down, também conhecida como trissomia 21 é um distúrbio genético causado pela existência de um cromossoma 21 a mais no código genético do portador. A síndrome é caracterizada por uma combinação de diferenças na estrutura corporal, e na capacidade mental, que afectam o crescimento e desenvolvimento do portador desta deficiência. A síndrome de Down é normalmente identificada no nascimento, apesar de existirem casos em que é descoberta mais tarde.
Os portadores de síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando entre um atraso mental leve ou moderado. Um pequeno número de afectados possui um atraso mental profundo.
É a ocorrência genética mais comum, estimada em 1 a cada 800 a 1000 nascimentos, aproximadamente. Mesmo assim, é importante salientar, que existem terapias que estimulam o portador de trissomia 21, e proporcionam-lhe um melhor desenvolvimento.
Os afectados pela síndrome de Down têm maior risco de sofrerem de problemas cardíacos, doença do refluxo gastro-esofágico, otites recorrentes, apnéia de sono e disfunções da glândula tiróide.
A síndrome de Down é um evento genético natural e universal, estando presente em todas as raças e classes sociais.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A primeira mensagem.

Nós, estas quatro alminhas, vamos expor aqui toda a nossa experiência relacionada com o nosso projecto de Área Projecto deste 12º ano.
O objectivo deste nosso projecto é provarmos à sociedade que a maior síndrome é realmente o preconceito e queremos demonstrar que quem possui esta síndrome é exactamente como nós e de que não se trata de um ser inferior. Como tal, deve ser tratado com igual respeito e dignidade e é preciso acolhê-los de igual forma.
Outro objectivo igualmente importante é realmente percebermos de que se trata a síndrome de Down, quais as suas características, o que a provoca, o que é possível fazer para reduzir os danos ou malformações provocadas e qual o seu impacto na vida da família e do próprio ser humano.

Continuem a acompanhar-nos :)